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Diarista presa por engano após erro da Justiça diz que vai processar o estado: ‘Do nada você vai fazer uma queixa de uma violência e sai de lá algemada’

Atualizado: 19 de mar.



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Débora, de 42 anos, passou quase 48 horas atrás das grades, injustamente. Ela dividiu cela com mais 24 detentas.


No domingo (16), ela foi à delegacia em Petrópolis, na Região Serrana do RJ, denunciar o então companheiro por violência doméstica e pedir uma medida protetiva.


O registro de ocorrência confirma que ela chegou machucada, mas Débora recebeu voz de prisão.


“Falou que era por causa de um processo lá em Belo Horizonte. Aí eu falei: ‘o senhor tem certeza? Porque eu nunca fui, sei nem onde fica’. Aí ele falou: ‘tenho certeza, tá aqui’. E ele falou: ‘qual o seu CPF?’ Aí eu falei, ele puxou: ‘Realmente, o seu CPF é esse. O nome da sua mãe é Cândida Almeida?’ ‘Esse mesmo’. ‘Então é a senhora’”.


Os policiais afirmaram ter encontrado no sistema um mandado contra ela por tráfico de drogas e associação criminosa.


A família alertou que era um engano.


A Justiça só reconheceu o erro depois que um advogado contratado pela família verificou o processo e descobriu a identidade da real foragida: uma mulher quase 8 anos mais nova, e que tem nome e sobrenome parecidos com os de Débora, presa injustamente.


O mandado de prisão estava mesmo com os dados de Débora. O erro foi da Justiça mineira que incluiu um sobrenome diferente no documento.


A Débora procurada pela Justiça não tem o sobrenome "da Silva". Sem contar a diferença na data de nascimento, filiação e o endereço.


A mulher que estava sendo procurada mora em Belo Horizonte, onde Débora nunca esteve.


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“A expedição ocorreu de forma correta. Foi expedido um mandado de prisão. O que ocorreu foi uma falta de conferência, porque se o serventuário que emitiu esse mandado tivesse feito a conferência, olhado os autos, olhasse a denúncia, e olhasse a sentença, ia ver que de fato os dados constantes ali eram de pessoas diversas da Débora presa”, explica o advogado Reinaldo Máximo.


Nesta terça-feira (18), a Justiça conferiu os documentos e reconheceu que houve um erro. Débora foi solta no fim da tarde.


“Agora é só felicidade mesmo. A tristeza já foi já. Ja passou. Agora é curtir uma praia, comer uma pizza”, falou o filho da diarista, Fabrício Damasceno.

Na ordem de soltura, o juiz escreveu que o mandado de prisão foi expedido pela comarca de Belo Horizonte e encaminhou todos os documentos que comprovam o equívoco.


A Justiça mineira expediu uma certidão confirmando que houve erro ao incluir o sobrenome "da Silva" no mandado de prisão contra a outra Débora, procurada em Belo Horizonte.


A medida protetiva que Débora pediu contra o ex-companheiro com quem vivia havia 2 anos foi concedida. A diarista decidiu sair de Petrópolis e voltar a morar perto da família em Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio. Ela disse ainda que vai processar o estado pelo erro na prisão.


“Justiça, porque tudo que eu passei que sirva de exemplo para as pessoas que trabalhem nesses órgãos prestarem mais atenção”.


A Polícia Civil do Rio afirmou que só cumpriu o mandado de prisão que estava em aberto.


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Via G1

 
 
 

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