Criança é resgatada após ser mantida em cárcere privado pela mãe em Jundiaí
- oregionaljornalism
- 28 de ago.
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Uma criança de 10 anos foi resgatada após permanecer uma semana em cárcere privado na própria residência. A mãe do menino, de 53 anos, foi presa em flagrante pelos crimes de sequestro, cárcere privado e maus-tratos.
O caso foi descoberto após o pai procurar a Polícia Militar, relatando não conseguir contato com o filho há mais de uma semana. Ele ainda informou que a escola havia comunicado sobre faltas frequentes do estudante, algo incomum em seu histórico.
Ao chegar ao local, os policiais encontraram a casa totalmente fechada e obstruída com estrados de cama e madeiras. A mulher demonstrava comportamento alterado, com falas desconexas, e chegou a aumentar o volume do som para dificultar a comunicação com os agentes. Diante da resistência, foi necessário acionar apoio especializado para ingressar no imóvel.
O resgate contou com a participação do Comando de Força da Polícia Militar, do Conselho Tutelar e do SAMU. Após diversas tentativas de negociação, as equipes conseguiram acessar a residência, que apresentava portas e corredores bloqueados.
No interior, os policiais constataram condições precárias, com grande acúmulo de objetos, sujeira, forte odor de mofo e ambiente insalubre. O menino foi encontrado com sinais de magreza, mas sem lesões físicas aparentes. Segundo o Conselho Tutelar, a criança demonstrava preocupação constante com a mãe e, a princípio, resistiu a deixar o local.
A mulher resistiu à condução policial, sendo necessário o uso de algemas. Ela foi encaminhada ao Hospital São Vicente de Paulo para avaliação médica, apresentando sinais de descuido com a higiene pessoal.
O delegado Francisco Felipe Preuss decretou a prisão em flagrante pelos crimes de sequestro e cárcere privado qualificado (art. 148, §1º, I, do Código Penal) e maus-tratos contra menor de 14 anos (art. 136 do Código Penal). A fiança foi negada em razão da gravidade das acusações.
Segundo o pai, a ex-companheira apresentou mudanças de comportamento no último mês, deixando de levar o filho à escola e evitando qualquer contato. A criança foi entregue ao pai mediante termo de responsabilidade, com acompanhamento do Conselho Tutelar.
O caso seguirá em investigação. O menino passará por acompanhamento psicológico e social, conforme prevê a Lei nº 13.431/2017, que garante direitos a crianças e adolescentes vítimas de violência.
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